caso aldo bertoni

Fé em dúvida:
Seguidora de seita religiosa fala após acusações contra líder de sua igreja:
Mulher fiel as regras de Aldo Bertoni disse saber de abusos antes mas jamais acreditou tamanha era sua devoção em um santo homem que nunca existiu:
Blog Noticiaronline
Da redação web.

Na última semana o país todo entrou em estado de choque quando viram pela tela da televisão um homem, que é acusado pelo ministério público de São Paulo, de abusar
sexualmente de mulheres em troca de cura.
Aldo Bertoni, 85, é um idoso que conforme todas as fotos divulgadas tem um rosto bondoso e parece a primeira vista ser incapaz de fazer mal a alguém.
Na realidade, ele não passa de um homem que é segundo os promotores do Gaeco, o grupo de atuação especial e combate ao crime organizado, responsável por abusar
sexualmente de mulheres inocentes, e de cometer outros crimes.
Além disso, Aldo é o líder de uma seita religiosa, criada para adorar a si mesmo, chamada Apostólica e tida por seus seguidores como uma igreja,
nacionalmente conhecida como a Igreja da Santa Vó Rosa, em alusão a nome de uma de suas fundadoras, Rosa Alves, tia de Aldo, conforme matérias já citadas neste blog.
A seita é tida como conservadora, onde Aldo Bertoni cria suas próprias regras e leis, proibindo seus fiéis de fazerem diversas coisas como mulheres de usar maquiagem,
e todos de assistirem televisão.
Mas durante as reuniões, a adoração ao líder da igreja apostólica é tamanha, que faz uma completa lavagem cerebral em todos os seus membros, fazendo
com que se esqueçam de Deus e adorem ao próprio Aldo, como um santo homem enviado a Terra, com o propósito de terminar a missão que Jesus Cristo começou.
Rosa sempre foi uma mulher fiel e seguidora da seita desde que nasceu, sua família acreditava em todos os dizeres do Irmão Aldo, como ele é conhecido,
e em tudo aquilo que havia sido dito através das palavras dele, como mensagens de sua tia, conhecida como a Santa Vó Rosa, falecida na década de 70 em um acidente.
Ela sempre teve ensinamentos do que era certo e errado fazer, nunca pôde assistir TV, nunca usou roupas fora do que mandava a disciplina, e jamais
deixava de ir as reuniões semanais da igreja, somente em ocasiões especiais em que estava doente ou algo do tipo.
Conheceu um homem dentro da disciplina da igreja, e começou um namoro respeitoso, não teve outros relacionamentos porque Aldo Bertoni diz, que
apostólicos podem se relacionar intimamente somente com apostólicos, porque pertencem a mesma fé discriminando os demais da sociedade. Rosa se casou
dentro da igreja, e só perdeu a virgindade após o casamento e depois de quase 5 anos entre namoro e noivado. Seguiu a risca tudo que pregava os
ensinamentos de Aldo, pensando estar cada vez mais garantindo sua salvação.
Há 10 anos, Rosa não fala com o pai e com a irmã, porque eles acusaram Aldo Bertoni de ser um bandido, depois de segundo ela, terem descoberto coisas
assustadoras sobre o falso profeta. Mesmo assim, deixando de falar com a família, ela, o marido e os filhos, continuaram na religião.
Ensinou aos filhos, a seguirem a disciplina assim como foi ensinada pelos pais, e via a família seguindo essas regras e se sentia feliz com isso.
Viajava de sua cidade no interior de um estado brasileiro até a sede da igreja em São Paulo, localizada no bairro do Tatuapé, para participar de
festas promovidas pela igreja, como aniversário de Aldo Bertoni, festas do fim do ano e até o aniversário de morte de Rosa Alves e de criação da seita apostólica.
Durante anos, sempre fazia de tudo para estar presente nesses momentos importantes da IA, contribuía semanalmente com a igreja e as vezes, tirava da própria família
para doar ao Irmão Aldo.
Acreditava estar no caminho da salvação, e acreditava assim como muitos, que quando Aldo Bertoni falecesse, ela também faleceria, já que ele prega que
é o último dos profetas e que após sua morte, ainda não anunciada por ninguém da igreja de quando vai ser, todos os membros da igreja dignos de salvarem suas almas
iriam morrer junto a ele.
Mas há alguns meses sua fé começou a mudar, o homem que serviu com tanta devoção começou a se contradizer e dúvidas surgiram em sua cabeça conforme ela contou com
exclusividade a nossa equipe.
Segundo as informações dadas por Rosa, foi durante uma festa, uma das últimas que ela frequentou que tudo aconteceu.
"Eu estava do lado de fora da sede, sai para tomar um ar porque estava me sentindo um pouco sufocada e quando cheguei na porta encontrei uma moça
chorando muito desesperada mesmo."
Essa moça da qual Rosa se refere, é uma jovem de 21 anos, que estava segundo ela sentada aos prantos na porta da sede da igreja, chorando
inconsolavelmente e que chamou sua atenção. Ao se aproximar da moça, com vestes de apostólica e também como ela seguidora fiel da doutrina, perguntou o que havia
acontecido e para sua surpresa escutou uma coisa da qual nunca mais esqueceu.
"Eu perguntei o que ela tinha e me disse que ele havia abusado dela. Eu apavorei e perguntei ele quem, e disse para que contasse para o Irmão Aldo porque ele iria
punir essa pessoa."
Mas ao proferir essas palavras o pranto da jovem ficou ainda mais forte, e ela então revelou a Rosa, que o próprio Aldo Bertoni havia abusado sexualmente dela.
"Na hora eu disse que ela estava mentindo e sai de perto, falei que o Irmão Aldo não era capaz de fazer isso e que a Santa Vó iria a castigar porque
estava mentindo e falando coisas daquele jeito do nosso santo profeta." Disse ela.
Mas na realidade, naquela noite enquanto dormia, o choro da jovem não saia da cabeça de Rosa que durante toda a madrugada, virou de um lado para outro
e no dia seguinte não conseguiu se conter. Segundo ela, procurou a jovem na igreja entre os irmãos que lá estavam, aguardando o encerramento da festa
mas ela não estava, foi embora, mas daquele dia em diante ficou pensativa e durante todas as reuniões seguintes, queria saber se o que a jovem a disse era verdade ou não.
Começou a faltar da igreja, ficar distante e diferente em casa e isso chamou a atenção de seu marido, há cerca de 1 mês, ele a convidou para ir a sede
na festa de aniversário de Aldo, ocorrida na última semana de agosto em São Paulo mas Rosa pela primeira vez, se recusou a ir.
Assustado com aquilo, o marido então quis entender o motivo que levou a esposa a tomar aquela decisão e Rosa conta, que tomou coragem e disse a ele o
que aconteceu na última noite em que passaram em São Paulo.
Sem acreditar na esposa, o homem repetiu a ela as palavras que ela mesma havia dito a jovem na noite em que tudo aconteceu, se sentindo sozinha e
sendo tachada de louca, Rosa começou a entrar em depressão.
Na noite do último domingo, 4 de setembro, ela estava em casa quando por volta das 22h alguém bateu ao seu portão. Do lado de fora sua irmã, com quem
ela não falava há 10 anos pedia permissão para entrar na casa de Rosa, porque precisaria muito falar com ela e com o marido. Na sala, ela retirou o
notebook de dentro da bolsa e o ligou, usando a internet móvel, acessou o portal R7.com, mantido pela TV Record, e clicou no vídeo da matéria que
havia sido exibida minutos antes na TV.
Enquanto assistiam as cenas reproduzidas pela tela do computador, o filme da noite vivida em alguns meses se repetia na cabeça de Rosa, se sentindo
enganada por tantos anos pela seita e seu líder, um falso santo.
Depois de verem a matéria, seus filhos choraram ao saber que a mãe não estava louca e sim falando a verdade, Rosa e a irmã, fizeram as pazes mas uma
coisa ficará para sempre na sua história, seu pai, falecido no ano passado, morreu sem falar com a filha que nem se quer compareceu ao seu velório, por ter escutado
ele falar nada mais do que a verdade sobre Aldo Bertoni.
"Acho que nunca vou me perdoar por não ter acreditado neles, meu pai ficou doente e eu disse que ele tinha perdido a fé no Irmão Aldo e quando morreu,
voltei a repetir isso. Não fui no velório e nem no enterro, e acho que agora nunca vou ter outra chance de me desculpar porque cega, não consegui enxergar a verdade diante dos meus olhos." contou ela emocionada.
Rosa é um entre tantos exemplos de dentro de uma igreja, que hoje tem cerca de 25 mil fiéis em todo o Brasil e pouco mais de 200 congregações
espalhadas pelo país. Pessoas que assim como ela, foram cegadas por uma fé insana, por parte de um homem que dizia ser algo que nunca foi e nem será
um dia, ao contrário, um homem que apesar da idade avançada, não deixa de ser nada do que um simples homem acusado de cometer inúmeros crimes pelo ministério público paulista.
A entrevista de Rosa, foi a primeira de uma série de reportagens que este blog prepara para abordar este assunto, mas sua revelação vem a calhar em um momento importante em que a fé e a devoção em
Aldo Bertoni é colocada em xeque por muitos membros da igreja.
A oculta verdade sobre sua santidade é colocada a mostra, e as pessoas começam a ver o que antes seus olhos não poderiam enxergar, depois de mais de
30 anos de devoção a ele e somente a ele.
Rosa não vai mais frequentar as reuniões, decidiu abandonar a igreja, tentar refazer sua vida. No começo o marido dela não conseguia acreditar mas ao
tomar conhecimento de maiores informações na tarde de segunda, 5 de setembro, também decidiu abandonar esta fé e recomeçar do zero. Os filhos que
jamais deixaram de obedecer aos pais, não se manifestam sobre o caso, mas aparentemente estão revoltados por se sentirem enganados assim como muitas pessoas.