caso Aldo Bertoni

Enganação:
Seguidor de seita apostólica fala a equipe de reportagem sobre vida dedicada a religião:
Homem que recebeu nome para homenagear profeta diz sentir vergonha por ter o mesmo nome que Aldo Bertoni:
Blog Noticiaronline
Da redação web.

O blog Noticiaronline continua buscando mais informações, reportagens e depoimentos de pessoas ligadas de alguma forma a igreja apostólica, e a seu
líder Aldo Bertoni, envolvido em um escândalo desde que foi acusado pelo ministério público de São Paulo de estuprar fiéis de sua seita religiosa, bem
como outros crimes, leia as matérias do caso Aldo Bertoni.
Hoje, falaremos mais uma vez em razão desta igreja e de seu líder. Vamos conhecer a história de um homem, que aceitou falar conosco, depois de muito
relutar para enxergar a verdade mas que agora diz estar liberto das mentiras, e mais, sentir vergonha do próprio nome por ser o mesmo de Aldo.
A família de Aldo vem do interior de um estado brasileiro, assim como muitas famílias apostólicas. Ele nasceu dentro da igreja, seus pais pertenciam a
seita. Quando sua mãe estava grávida, se sentiu muito mal, perdeu muito sangue, quase sofreu uma perca de seu bebê. A fé de seu pai em Deus,
restabeleceu a gravidez e fez com que tudo corresse bem, no entanto, ela, devota fiel de Aldo Bertoni, atribuiu o milagre a ele e não a Deus.
Sempre disse que o primaz teria a feito se curar e por causa dele teria tido o filho, para o homenagear, registrou o filho com o nome de Aldo, como
muitos outros que existem espalhados pelo país.
O tempo passou e Aldo cresceu, hoje, é casado mas ainda não tem filhos, pretende ter em breve, mas jamais deixou a doutrina apostólica. Seguiu todas
as leis conforme eram mandadas e fez com que a esposa jamais saísse da disciplina também.
No dia 4 de setembro, estava em casa quando recebeu uma ligação de um amigo do trabalho o contando o que estava passando na televisão. No começo,
pensou ser uma armação mas ainda sim não conseguiu ver, em casa não tem televisão.
Foi no dia seguinte através da internet no trabalho, que o amigo que o ligou no domingo pela noite o mostrou a matéria e o vídeo reproduzido na rede
Record.
Quando viu, Aldo diz que levou um choque. Sua primeira ação foi condenar essas pessoas e dizer que todos eram traidores  que queriam acabar com a
igreja.
No entanto, o amigo tratou de o mostrar vídeos e matérias que circulavam na internet. As provas incontestáveis puderam ser vistas por ele e em fim
caiu a ficha. Em casa, disse a esposa que era tudo verdade, foram enganados todos esses anos, ela não acreditou, ficou aquela noite e o dia seguinte
sem conversar com o marido, disse que ele estava se desviando do caminho, que ele estava caindo nas garras das mentiras.
Depois ele contou aos pais, o pai ficou ao seu lado, sempre dizia que mesmo que ia a igreja, sua fé estava em Deus mais do que em Aldo Bertoni. A mãe,
se irritou, disse ao filho, que se ele estava vivo hoje, era por causa do primaz.
Depois disso, os dias continuaram a passar. Ele ainda ficou meio em dúvida e saiu atrás de mais provas, as conseguiu. Conversou com muitas pessoas que
saíram da igreja, inclusive com um ex-pastor, que sabia das mentiras de Bertoni e que ao descobrir elas, decidiu se afastar sem brigar para proteger a
vida dele e de sua família. Mesmo assim, ele queria que a família acreditasse nele e passou dias difíceis. No domingo, 11, sua esposa viajou a São
Paulo para a festa que realizaram em prol do profeta. Quando voltou para casa, pediu ao marido que a mostrasse as provas contra Aldo Bertoni. Foram a
uma siber, onde ele acessou os sites que continham as informações. Em casa, sua esposa pediu perdão e disse a ele que tinha razão. Para Aldo, ainda é
um mistério o motivo que fez sua mulher mudar de ideia em relação ao que Aldo Bertoni praticou, mas ele agradece a Deus por isso.
"Eu agradeci muito a Deus pelo que aconteceu, viver com a minha mulher dentro de casa sem falar com ela, brigando toda hora por causa do que estava
acontecendo foi muito difícil, doeu muito. Não sei direito o que houve, ela não contou, não perguntei, só que ela mudou de ideia, conseguiu acordar
para a realidade e chorou quando percebeu que foi enganada como todos nós."
Embora a mãe ainda não esteja convencida de que Aldo Bertoni é culpado pelos crimes, nosso entrevistado se disse satisfeito porque pelo menos a esposa
acredita nele e em tudo que está sendo mostrado. Assim como muitas pessoas, ele espera que a justiça seja feita, e aguarda a ordem judicial dizer se
ele irá ou não para a cadeia preventivamente, para poder comemorar.
"Ele nos enganou, pra muitos, 41 anos de uma coisa que sempre foi mentira, o mínimo que tem que acontecer é ele pagar pelo que fez. Nós temos que
pedir que a justiça seja feita, a Deus e principalmente aos homens que aplicam a lei nesse país."
Além disso, Aldo se diz incomodado com a vida daqui para frente, segundo ele, todas as vezes que ouvir o próprio nome vai se lembrar de tudo que
queria esquecer, se diz envergonhado por se chamar Aldo em homenagem ao falso santo.
"Estou triste e ainda sem rumo, só que fico muito envergonhado porque o meu nome é Aldo, isso nunca vou poder mudar. Isso me envergonha, queria chamar
qualquer outro nome, mas não queria ter um nome de uma pessoa tão falsa, mesquinha, aproveitadora da fé das pessoas" desabafa ele.
Aldo é mais um, entre tantos que foram ou que ainda são enganados pelo falso profeta. A medida que o tempo vai passando, se espera que todos possam
ver a verdade e a encarar de frente. No entanto para alguns isso será difícil acontecer.
Enquanto isso, a imprensa e os ex-apostólicos e atuais apostólicos, aguardam a ordem judicial que irá determinar se Aldo Bertoni irá ou não para a
cadeia.
Antes mesmo de ser preso, a igreja organiza uma campanha, pretendem arrecadar dinheiro para processos de habeas corpus, que possam garantir que
Bertoni seja livrado da prisão caso a determinação judicial seja para ele ser detido.
Até que as coisas se esclareçam, continuamos a buscar a informação. Procurados mais uma vez pela imprensa, a igreja apostólica permanece em silêncio e
Aldo Bertoni permanece escondido, sem mostrar seu rosto na mídia.